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Pressionada por plano de saúde e energia, inflação fecha 2018 em 3,75%, abaixo da meta

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Pelo segundo ano consecutivo, a inflação oficial medida pelo IBGE, encerrou o ano abaixo da meta estabelecida pelo Banco Central (BC). Os preços subiram 3,75% em relação a 2017. A autoridade monetária perseguia uma taxa de 4,5%. O mercado esperava índice de 3,71%, de acordo com os analistas ouvidos pela Bloomberg. Os grandes vilões do bolso do brasileiro foram plano de saúde, energia e gasolina.

A taxa de dezembro foi de 0,15%, acelerando em relação ao mês anterior,

quando houve deflação de 0,21%. Mesmo assim, foi o menor patamar para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. Em dezembro de 2017, o índice havia ficado em 0,44%.

Juntos, alimentação, transportes, e habitação foram responsáveis por dois terços ou 66% do resultado geral do IPCA em 2018. O maior impacto individual nesse resultado foi dos planos de saúde, com alta de 11,17%, correspondendo a 0,44 ponto percentual do total de 3,75% da inflação. Em seguida, vieram energia elétrica (alta de 8,7% e impacto de 0,31 ponto) e gasolina (alta de 7,24% e impacto também de 0,31 ponto).

— Basicamente, a alta dos preços dos planos de saúde ocorreu por conta do percentual de reajuste autorizado pela Agencia Nacional de Saúde, que foi de até 10% — informou Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

O aumento da gasolina deveu-se à alta do câmbio e do preço do barril de petróleo. Já a falta de chuvas e reajustes na casa dos dois dígitos, por parte de distribuidoras importantes, como a Eletropaulo, elevaram o preço da energia.

Em relação aos grupos, no resultado fechado do ano, os alimentos foram os itens que mais contribuíram para a alta de 3,75% em relação ao ano anterior, com 0,99 ponto percentual desse total. A inflação desse grupo foi de 4,04%.

Em seguida, o segundo maior impacto veio dos transportes, com inflação anual de 4,19%, contribuindo com 0,76 ponto percentual. Por último, a habitação, cujos preços médios tiveram alta de 4,72%, e contribuíram com 0,74 ponto percentual da inflação geral. De acordo com o IBGE, habitação, transportes e alimentação consomem, em média, quase dois terços do orçamento das famílias (59%).

Entre os alimentos, as principais quedas do ano foram do café moído (-8,22%), da farinha de mandioca (-13,26%), do açúcar cristal (-6,36%), do alho (-10,81%) e dos ovos -4.03%). As principais altas foram do tomate (71,76%), frutas (14,1%), refeição fora de casa (2,38%), lanche na rua (4,35%), leite longa vida (8,43%) e pão francês (6,46%).

Em 2018, apenas o grupo de preços de serviços de comunicação teve deflação, de 0,09%.

Serviços registram forte desaceleração

A quarta maior pressão sobre o índice anual veio dos cursos regulares, que tiveram alta de 5,68% e impacto de 0,18 ponto percentual.

— A inflação acelerou em 2018 devido a uma leve melhora na economia, resultando em aumento da demanda; uma recuperação dos preços dos alimentos, que em 2017 tiveram deflação por conta da super safra; e preços altos da energia elétrica. Foram cinco meses seguidos de cobrança extra no maior patamar estabelecido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nas contas de luz — disse o gerente do IBGE.

A melhora na economia foi impulsionada pelo recuo no desemprego, embora a taxa de desemprego ainda esteja alta, em 11%. A greve dos caminhoneiros, ocorrida no fim de maio, e a elevação do dólar também contribuíram para pressionar preços para cima.

O cenário de preços sob controle deve se repetir em 2019, quando analistas preveem a inflação em torno de 4% — o que levaria o país a ter o terceiro ano seguido de taxa inferior ao centro da meta do BC. Com a inflação baixa, os economistas já preveem que os juros só voltarão a subir no fim do ano ou até mesmo em 2020. Hoje, a taxa básica de juro está em 6,5%.

Rio tem a segunda maior inflação

Os serviços desaceleraram com força em 2018. Tiveram alta de 3,36%, enquanto no ano anterior havia sido de 4,51%, queda de 1,15 ponto percentual. Essa queda é resultado de inflações mais brandas, em relação a 2017, dos preços médios de serviços como alimentação fora de casa (3,17% em 2018), médico (3,39%), dentista (4,75%), serviços pessoais, como de salão de beleza (3,75%), cursos diversos (4,53%), telefone celular (0,67%) e tv por assinatura com internet, que ficou estável. Segundo o IBGE, a inflação de serviços em 2018 é a menor desde que o instituto começou a pesquisar essa cesta de itens, em 2012.

Entre os preços monitorados, ou seja, que têm reajustes regulados pelo Estado, a maior parte dos itens teve desaceleração de preços médios em 2018, em relação ao ano anterior. São eles: taxa de água e esgoto,alta de 4,51%, botijão e gás (4,85%), energia elétrica (8,7%), ônibus intermunicipal (3,98%), pedágio (2,10%), gasolina (7,24%), diesel (6,61%), medicamentos (1,63%) e planos de saúde (11,17%).

Entre as 16 regiões metropolitanas pesquisadas, o Rio de Janeiro foi a que teve a segunda maior inflação, de 4,3%, em 2018. Só ficou atrás de Porto Alegre (4,62%). No Rio, essa alta foi puxada por ônibus urbano, cuja alta de 16,18% correspondeu a 0,67 ponto percentual do índice geral, seguida dos planos de saúde (alta de 11,25% e impacto de 0,61 ponto percentual) e refeição fora de casa (alta de 5,14% e impacto de 0,35 ponto). A gasolina veio em quarto, com alta de 7,69% e impacto de 0,25 ponto. A menor inflação anual entre as regiões foi a de Aracaju, de 2,64%.

Fonte: Jornal Extra

Fonte da Imagem: Designed by Freepik

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